8 filmes com brinquedos que causaram polêmica
1. I am Suzanne! (idem, 1933)
Para causar polêmica e semear a discórdia, não é preciso que os bonecos usem drogas ou tentem assassinar seus donos. Prova disso é o filme de 1933, dirigido por Robert V. Lee. O longa conta a história do titereiro Tony, que se apaixona pela dançarina Suzanne. Depois de uma série de reviravoltas em um enredo com muito melodrama, são as marionetes de Tony que se tornam um obstáculo entre o casal. A coisa fica séria quando o jovem, muito tímido, confessa seu amor a uma boneca que criou tomando Suzanne inspiração. Só que a mocinha não entende muito bem e tem um surto de ciúmes (é, da boneca). É então que ~spoiler~ esbraveja “Eu sou Suzanne!”, logo antes de atirar na indesejada marionete. A cena surreal pode ser vista aqui.
O título em inglês do filme lançado em 1988 não enganava ninguém: Chuck não é brincadeira de criança. O longa conta a história de um serial killer que é assassinado em uma loja de brinquedos e, por meio de um ritual macabro, transfere seu espírito para o corpo de um bonequinho. Depois que Brinquedo Assassino foi lançado nos cinema, uma multidão organizou um protesto na porta da MGM. Os manifestantes alegavam que o filme incitava a violência em crianças e exigiam que ele fosse banido. Mas não adiantou. Chuck continuou em cartaz. A história rendeu quatro sequências, que aumentaram a família de brinquedos assassinos (em 1998 ele ganhou uma noiva e, em 2004, nasceu seu primeiro filho). Agora, resta uma nova polêmica: em que momento a série perdeu o status de cult trash e passou a apenas a ser apenas ruim?
Se Chuck já não fosse comprometivo, Dolly seria um partidão. Embora os dois brinquedos nunca tenham sido formalmente apresentados, têm muito em comum: no longa de 1991, a boneca-título também é possuída por um espírito do mal e passa a exercer uma influência macabra na garota que a leva para casa, aterrorizando toda a família – e, por tabela, as criancinhas que assistiam ao filme sem ter noção da trama macabra. O longa é só mais um da inacreditavelmente grande lista de filmes com bonecos do mal, uma onda que teve particular força nos anos 1980 e 1990. Nas nossas contas, são pelo menos 30 produções com essa temática lançados no período.
Bônus: Dentro desse “subgênero”, vale lembrar dos filmes Bonecas Macabras (Dolls, 1987 – foto da direita), que conta não com um brinquedo do mal, mas uma coleção inteira de itens mal-assombrados; e Bonecos da Morte (Puppetmaster, 1989), que dava novos contornos aos aparentemente inofensivos (mas sempre ligeiramente assustadores) bonecos de ventríloquos.
A hipopótamo Heide, na foto acima, lhe parece familiar? É bem provável que sim. Isso porque ela e os demais personagens do filme lançado em 1989 são uma sátira dos fantoches mais famosos da TV e do cinema: os Muppets. No longa, não há resquícios da ingenuidade e do otimismo inocentes dos personagens originais – os bonecos politicamente incorretos se esbaldam em humor negro, intrigas, sexo e drogas. Apesar de nunca ter sido lançado oficialmente no Brasil, Feebles tem uma aura cult graças ao seu criador: trata-se do segundo filme com roteiro e direção assinados por Peter Jackson, cineasta que transportou a Terra Média para a telona com a trilogia O Senhor dos Anéis e, em dezembro deste ano, volta ao universo criado por J.R.R.Tolkien com a adaptação cinematográfica de O Hobbit.
Se você nasceu nos anos 1990, certamente já pegou uns trechos de Pequenos guerreiros nas tardes de TV. Mal sabia você que, enquanto assistia inocentemente às batalhas entre os bonecos do Comando de Elite e os Gorgonóides (brinquedos que ganham vida graças aos avanços tecnológicos de uma empresa que desenvolve armas para o Departamento de Defesa dos Estados Unidos), uma porção de adultos questionava a violência e a temática adulta do longa. Acontece que, quando foi lançado, todo o marketing foi direcionado aos pequenos, o que foi considerado um erro. Afinal, os bonecos se enfrentam numa guerra bem violenta. Talvez seja legal você rever o filme (nem que seja para se lembrar de como Kirsten Dunst era adorável naquela época).
Lars é um cara tímido que vive uma vida reclusa e evita o contato humano. Preocupado com a solidão de seu irmão mais novo, Gus recomenda que Lars visite o RealDoll.com, um site que vende bonecas infláveis anatomicamente corretas e em tamanho real. O jovem com pouca tecnologia social vê na sugestão a oportunidade de conseguir não um brinquedo sexual, mas sim uma parceira de vida. Pã. Bianca chega pelo correio e Lars passa a tratar sua nova namorada inflável com grande respeito. Enquanto passeia com ela pela cidade, causa polêmica na vizinhança, que não sabe bem como lidar a situação (por que será?). A premissa tinha potencial para o erro mas, sem caçoar de seu protagonista, o longa foi bem recebido pela crítica e rendeu a Ryan Gosling, o ator responsável por viver Lars com delicadeza e sinceridade, indicações ao Globo de Ouro e SAG na categoria de Melhor Ator. Pã duplo.
A elogiada atuação de Mel Gibson em Um novo despertar, longa dirigido e co-estrelado por Jodie Foster, não eliminou totalmente o estranhamento causado por sua história um tanto inusitada. No filme, Gibson vive Walter Black, um homem deprimido que chega ao fundo do poço quando é expulso de casa pela esposa. Pensando em acabar com tudo, ele conhece O Castor, um fantoche de mão que lhe ajuda a lidar com seus problemas e a se comunicar com a sua família. Apesar de apresentar uma abordagem diferenciada a temas pesados como a depressão e a esquizofrenia, o longa dividiu opiniões – no Rotten Tomatoes a premissa ganhou avaliações que vão a extremos opostos, do genial ao leviano.
John, um garoto tímido e solitário, recebe de presente um grande e fofinho urso de pelúcia e deseja que ele ganhe vida. Para sua surpresa, descobre que seu pedido foi atendido: o urso Teddy agora pode falar e o pequeno John ganha um melhor amigo. Filme perfeito para assistir em companhia de seu filho de 11 anos, certo? O deputado Protógenes Queiroz certamente pensou que sim e ficou extremamente chocado ao descobrir que Ted, filme do criador deFamily Guy (Uma família da pesada no Brasil), Seth MacFarlane, acompanha as aventuras de um ursinho bem crescido, que adora falar palavrões, usar drogas e fazer sexo. O susto de Protógenes – que parece ter ignorado a classificação indicativa de 16 anos – causou polêmica bem maior do que o humor politicamente incorreto do personagem criado por MacFarlane: o deputado solicitou que a classificação indicativa do filme fosse alterada para 18 anos.
“O filme ‘TED’ não está apropriado para nenhuma faixa etária. Incentivar o consumo de drogas é crime, usando ainda ícones infantis”, declarou em seu Twitter. O Ministério da Justiça não deu muita bola para o caso, no entanto, e indeferiu o pedido do deputado, deixando o adorável e pervertido ursinho livre para causar discórdia entre o agora (legalmente) adulto John, vivido por Mark Wahlberg, e sua namorada Lori, interpretada pela atriz Mila Kunis.
Fonte: Super Interessante
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