No Twitter, blecaute reaviva preconceito contra o Nordeste
O blecaute, que atingiu o Norte e Nordeste brasileiros, no fim da noite desta quinta-feira (25) e que se estendeu pela madrugada desta sexta-feira (26), gerou burburinho nas redes sociais. No Twitter, por exemplo, quem acompanhou a hashtag “#apagao” – uma das principais na lista dos trend topics – pôde observar um “show” de preconceitos contra o Nordeste.
Os primeiros internautas começaram a tuitar sobre a situação de seu estado. Em poucos minutos, os comentários pejorativos começaram a aparecer: “Tão dizendo que a gente fala mal do Nordeste mas vai pra lá nas praias,e como se vocês não viessem procurar emprego aqui. hipócritas #apagao (@legalvoces); “Aproveitando o #apagao em MA, CE, BA, MG, PE, PB, RN.. gostaria de lançar candidatura. PROMETO VELAS O ANO INTEIRO A TODOS DESSES ESTADOS! (@AdryanMiguel)”; “Vocês sabiam que a garotada no Nordeste não comemora quando falta luz e sim quando tem água? #apagao (@luciencc)”.
O Governo Federal também não foi poupado da sabatina no Twitter: “#Apagão: Presidente Dilma Rousseff, criativa como sempre, acaba de lançar o programa "Meu vagalume, minha vida". (@o_colecionador)”; “Parabéns presidenta Dilma. Depois de privatizar Vossa Excelência continua imitando FHC, com #Apagão (@FcoRamis)”.
Os comentários preconceituosos geraram uma outra hashtag “vivaonordeste”, quando internautas começaram a rebater – em alguns casos também de forma ofensiva – a maneira discriminatória com que a região foi debatida nesta rede social durante e após o apagão. A tag está, durante a manhã desta sexta-feira (26), no primeiro lugar da lista dos trend topics. “Melhor ficar sem luz por 3 horas, do que perder tudo em enchente e vim pedir arrego aqui no nordeste. #apagao #VivaoNordeste (@rodrigolimajp)”; “Esse #apagão serviu pelo menos p/eu enxergar melhor como minha cidade é linda à luz do luar. #VivaoNordeste (@nubiapassos)”.
DENÚNCIA
É possível denunciar esse tipo de preconceito social nas redes, através do Ministério Público Federal (MPF). “Qualquer cidadão, autoridade pública, entidade civil, organização não-governamental e órgão público pode acionar o MPF. Para isso, basta comunicar à instituição os fatos ilícitos de que tenha conhecimento”, informa o portal do órgão (http://www.prpe.mpf.gov.br/).
O cidadão pode ir pessoalmente à unidade do seu estado e levar a denúncia por escrito, munido dos documentos comprobatórios, ou através do site, no ícone “Acione o MPF”. A pessoa também pode comparecer ao órgão e narrar os fatos verbalmente para um servidor, que fará a transcrição do caso.
De acordo com a assessoria de comunicação do MPF, ao dar entrada na denúncia, o cidadão receberá um número de protocolo, permitindo que ele acompanhe o andamento do processo. O órgão vai analisar a acusação para avaliar se cabe ou não a adoção de alguma medida extrajudicial ou judicial contra o internauta que promoveu o preconceito.
Fonte: Folha de PE
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