sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

História do Facebook sob ótica humana


Como alguém com sérios problemas de trato social pode criar a maior rede de pessoas do mundo? Isso é o que o filme A Rede Social tenta mostrar. Com estreia no Brasil neste final de semana, A Rede Social, dirigido por David Fincher (Se7en, Clube da Luta, O Estranho Caso de Benjamin Button), conta a história de Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, do momento embrionário até o sucesso da rede social que se tornou a de maior sucesso no mundo, contando hoje com mais de 500 milhões de usuários ativos.

Com roteiro baseado no livro The Accidental Billionaires (Bilionários por Acaso: A Criação do Facebook), A Rede Social inicia em 2003, com Mark Zuckerberg (Jesse Eisemberg), na época com 19 anos, levando um fora da então namorada. Como um jovem prodígio da computação que segue o clichê de também ter problemas sociais e de aceitação, Zuckerberg resolve, na mesma noite, se embriagar e montar uma vingança contra as mulheres.

Enquanto expõe a vida íntima da namorada num blog, hackeia o banco de dados dos dormitórios de Harvard, faculdade em que estudava, para recolher fotos de garotas e postá-las no FaceMash, aplicativo criado por ele juntamente com o amigo brasileiro Eduardo Saverin (Andrew Garfield), com a finalidade de comparar e ranquear a aparência dessas garotas. Uma espécie de batalha da beleza onde os usuários, no caso os alunos de Harvard, pudessem votar. Em poucas horas, Zuckerberg derruba os servidores da faculdade com a quantidade de acessos.

A partir daí conhecemos o Zuckerberg que o filme tenta retratar, um jovem inteligente e orgulhoso, que não aceita ser contrariado e que não demonstra sentimentos. Após o incidente, Mark atrai atenção dos irmãos gêmeos Tyler e Cameron Winklevoss (Armie Hammer), que viram em Zuckerberg o programador perfeito para levar adiante o projeto de uma rede social para integrar os estudantes de Harvard. Num misto de insolência e orgulho ferido, Zuckerberg aceita participar, mas acaba roubando a ideia e criando, a partir daí, e com o auxílio de Eduardo, o Facebook.

O desenrolar do filme mostra o crescimento da rede social até chegar ao nível mundial de hoje. Contando assim, pode até parecer chato, mas o diretor David Fincher consegue manter um ar de tensão durante toda a produção, montando A Rede Social de forma não linear, intercalando momentos de Mark enfrentando processos movidos pelos irmãos Winklevoss e pelo ex-amigo Eduardo, com a vida de estudante em Harvard e, posteriormente, com a de diretor executivo da crescente Facebook.

Um dos trunfos do filme é mostrar Zuckerberg como uma pessoa complexa, que ora pode causar repulsa, ora pena e ainda admiração. Ao mesmo tempo que parece não ligar para o sentimento dos outros, também demonstra não estar conectado a nada ao seu redor, vivendo alheio a tudo dentro de um mundo de objetivos criado por sua mente perturbada e genial.

No meio da história também aparece Sean Parker (vivido pelo cantor e ator Justin Timberlake), cocriador do Napster, que enxerga no Facebook uma forma de obter novamente o dinheiro e status perdidos após vários processos perdidos contra as grandes gravadoras americanas.

A Rede Social trata da história do mais novo bilionário dos Estados Unidos, ocupando, aos 26 anos, a 35ª colocação entre os homens mais ricos do país mais poderoso do mundo. Mas, como mostrado no filme, nem a riqueza estimada em US$ 6,9 bilhões consegue acalmar a necessidade de aceitação de Mark Zuckerberg, que parece ligar muito pouco para a fortuna que já conseguiu acumular, vivendo, até hoje, uma vida comum e sem grandes extravagâncias.

É interessante e irônico também perceber no filme como a maior rede social do mundo foi criada por alguém incapaz de conviver de forma sadia com outras pessoas. Alguém que invejava os círculos e grupos sociais que os colegas frequentavam e que acabou criando um grupo próprio, que se fosse representado como um país, seria o terceiro maior do mundo em população, só perdendo para a China e a Índia.



Fonte: Folha de PE e Youtube

1 Comentário:

Hugo Green disse...

Vou assistir esse filme tenho curiosidade de como foi criado essas redes sociais que dominam os jovens e os adultos. Assisti o trailer parece ser bom vou assistir e ver o que acontece se gostei ou não.

Abraço.

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