segunda-feira, 8 de junho de 2009

A República dos flanelinhas...


Na verdade há muitos anos que o Recife deveria ter adotado o parquímetro...

Assim teria evitado a formação da República dos Flanelinhas e similares que existem por aí, pois cada vez que estaciono meu carro, como todos os que param seus automóveis nas ruas da capital pernambucana, sou obrigada a pagar a quem diz ter guardado minha viatura, como se ele fosse dono do espaço público.

Pago, como toda a população da Veneza Brasileira e todos os demais habitantes brasileiros, os impostos que são instituídos e ainda temos que pagar para estacionar nas vias públicas? Se você vai uma vez a um local e não pretende voltar pode deixar de pagar, mas se vai constantemente não poderá deixar de faze-lo, sob pena de ter seu carro arranhado ou seus pneus furados.

A cidade do Recife está dividida em lotes... Cada lote tem um proprietário, a quem você deve prestar conta, não bastando os impostos que paga. Em Boa Viagem a avenida principal e as ruas adjacentes são divididas em territórios e você paga para ocupar um espaço que, inegavelmente é público. Muitas vezes você estaciona em locais proibidos e leva multa, já que o “dono” da rua está pouco preocupado com você, mas sim com o que você paga pelo espaço que ocupa.

A situação piora e muito quando você vai um espetáculo, seja assistir um concerto ou uma peça, pois estacionar na frente ou nas imediações dos teatros pernambucanos é quase proibitivo, pois os “donos” das ruas cobram através de uma tabela com preços que começam de cinco reais.

Se você for a um restaurante há o famoso grupo dos manobristas cuja cobrança também iniciada por cinco reais pode alcançar cifras maiores. E na verdade seu carro vai ser colocado nas ruas, pois não há estacionamento disponível. O que acontece é que seu carro vai ser colocado nas ruas e não existe nenhuma garantia que ele não será batido ou mesmo roubado.

Tudo isto seria evitado se o poder público, acredito que a municipalidade recifense, adotasse na capital pernambucana, o que acontece nos países desenvolvidos, os parquímetros, que evitariam os flanelinhas, os manobristas, os “donos” das artérias viárias.

Lembro que numa das inúmeras viagens que faço pelo Brasil, vi parquímetros até em Jacareí, cidade do interior do Estado de São Paulo. Lembro ainda que muitas e muitas vezes chego com o carro e não vejo ninguém, ninguém mesmo, tomando conta do espaço público e na saída há dois ou três discutindo como dono do espaço para receber a propina.

Parquímetro significaria abolir o intermediário. Todos passariam a estacionar pagando à municipalidade, tendo, consequentemente, fiscalização e segurança para seu veículo, sem os aborrecimentos e os transtornos que são causados, diariamente, pelos flanelinhas e manobristas.

Lúcia Noya Galvão

Fonte: Folha de PE

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