Crise e Democracia
O Iluminismo teve uma presença marcante no século XVIII, especialmente na Europa, a tal ponto passou a ser chamado de Século das Luzes. As transformações influíam na maneira de interpretar um novo mundo, resultando num conjunto de tendências filosóficas disseminadas nas camadas da burguesia européia. As bases da filosofia iluminista centravam-se na razão e na ciência como instrumentos capazes de explicar as coisas, em termos amplos, provocando reflexos em nosso País.
Se o final do século XVII e o século XVIII foram influenciados em várias dimensões pelo Iluminismo, não seria um exagero conceituar os séculos XX e XXI como os anos das grandes crises internacionais, não somente esta que afeta o mundo com as grandes incertezas que abriga.
Crise e democracia caminham juntas há bastante tempo, existindo correntes do pensamento político que as consideram indissociáveis, ou, em outras palavras, que o regime democrático é um repositório para onde a crise converge, sendo um fenômeno natural sua ocorrência.
O Brasil vem conseguindo suportar sucessivos momentos que em outros tempos poderia ter resultado em ruptura constitucional, devido a algumas causas internas e externas. Assistimos, com reiterada frequência, episódios bastante desgastantes para os principais poderes da Nação - Executivo, Legislativo e Judiciário - e outros que lhes são vinculados, minando a confiança e a credibilidade de alguns dos seus integrantes, devido à reincidência de fatos e irregularidades que os atingem, repercutindo sobre as próprias instituições.
Muitos atribuem certos desvios de conduta ao regime democrático. A nosso ver, apesar da gravidade de certas situações e de sua repetição contumaz, estaríamos vivendo etapas para construir uma verdadeira democracia, pois saímos há poucas décadas de um regime de exceção, em que as crises eram circunscritas a círculos aos quais a população não tinha acesso, inclusive às informações necessárias para avaliá-las e julgá-las.
Cremos existir um penoso e longo caminho a percorrer, na busca pelo aperfeiçoamento das instituições que são a pedra basilar sobre a qual se alicerçam as grandes nações. Até lá, embora combatendo e criticando os erros que se sucedem nos mais diferentes planos, é indispensável persistir e concordar que a crise no seu sentido generalizado é parte do regime democrático, o que, em última análise, nos permite afirmar que as instituições não estão em crise, mas conseguindo superar sismos que em outros tempos poderiam ter redundado em desenlace constitucional.
Fonte: Folha de PE
Se o final do século XVII e o século XVIII foram influenciados em várias dimensões pelo Iluminismo, não seria um exagero conceituar os séculos XX e XXI como os anos das grandes crises internacionais, não somente esta que afeta o mundo com as grandes incertezas que abriga.
Crise e democracia caminham juntas há bastante tempo, existindo correntes do pensamento político que as consideram indissociáveis, ou, em outras palavras, que o regime democrático é um repositório para onde a crise converge, sendo um fenômeno natural sua ocorrência.
O Brasil vem conseguindo suportar sucessivos momentos que em outros tempos poderia ter resultado em ruptura constitucional, devido a algumas causas internas e externas. Assistimos, com reiterada frequência, episódios bastante desgastantes para os principais poderes da Nação - Executivo, Legislativo e Judiciário - e outros que lhes são vinculados, minando a confiança e a credibilidade de alguns dos seus integrantes, devido à reincidência de fatos e irregularidades que os atingem, repercutindo sobre as próprias instituições.
Muitos atribuem certos desvios de conduta ao regime democrático. A nosso ver, apesar da gravidade de certas situações e de sua repetição contumaz, estaríamos vivendo etapas para construir uma verdadeira democracia, pois saímos há poucas décadas de um regime de exceção, em que as crises eram circunscritas a círculos aos quais a população não tinha acesso, inclusive às informações necessárias para avaliá-las e julgá-las.
Cremos existir um penoso e longo caminho a percorrer, na busca pelo aperfeiçoamento das instituições que são a pedra basilar sobre a qual se alicerçam as grandes nações. Até lá, embora combatendo e criticando os erros que se sucedem nos mais diferentes planos, é indispensável persistir e concordar que a crise no seu sentido generalizado é parte do regime democrático, o que, em última análise, nos permite afirmar que as instituições não estão em crise, mas conseguindo superar sismos que em outros tempos poderiam ter redundado em desenlace constitucional.
Fonte: Folha de PE
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